Essa não é a história da minha vida, mas digamos que uma parte dela será contada
aqui.
Bom, pra começar nem ao menos sei se sou gay o tempo todo, porque sou
casado com mulher e tenho comportamento bissexual, então como definir isso?,
tenho um relacionamento sólido há 12 anos com uma mulher, desses, sete anos
casado, amo muito minha esposa e por isso depois de muita traição, optei por
reprimir meu sentimento homossexual, acho que só aprendemos a controlar nossos
desejos com o passar dos anos, e é claro, se eu não tivesse tido essas
experiências, eu passaria minha vida toda pensando em como seria sentir prazer
com um homen,e em como seria realizar um desejo que vinha me sufocando desde a
infância, um desejo que sempre foi reprimido por falta de informações e até
mesmo preconceito próprio. Se eu disser que me arrependo de ter traído minha
esposa com homens, estou mentindo, porque na verdade isso acabou nos unindo
ainda mais e eu aprendi tanto com os homens com os quais me relacionei
(geralmente homens maduros), que pude aproveitar muito em meu relacionamento.
Sim, minha esposa descobriu quem eu sou, descobriu a minha dupla personalidade,
ou bissexualidade como queiram.
A internet facilitou muito minha vida em
relação a homossexualidade, posso dizer que 90% dos homens com que me relacionei
durante os cinco anos em que vive uma vida dupla, eu conheci na internet, mas
foi através dela também que minha esposa descobriu tudo.
Acho que é melhor
falar sobre o início, onde tudo começou, minha infância. Desde que eu me lembro,
sempre tive desejos sexuais, é estranho dizer que um menino de seis, sete anos
de idade sente desejo sexual por alguém, mas eu sentia, de certa forma eu sentia
tesão por homens mais velhos e também sempre achei homens coroas bonitos, na
minha cabeça isso era muito estranho, por isso fico puto quando vejo as pessoas
discriminando os homossexuais, (também fico puto vendo homens se portando como
se fossem umas cadelas no cio, perdendo o senso do ridículo e expondo à
sociedade uma imagem negativa), como as pessoas podem discriminar uma coisa que
nem conhecem?, algo que eu tenho certeza que se desenvolve no inconciente de uma
criança, por um ou outro motivo, e que eu também tenho certeza, não é falta de
vergonha na cara ou, modismo como dizem por ai.
Eu fui crescendo e percebendo
as diferenças entre meus amigos e eu, mas sempre me portei como um menino
normal, aprendemos na infânica que meninos gostam de meninas e meninas gostam de
meninos, então, sempre achei que do dia pra noite eu também iria gostar de
meninas como meus amiguinhos. Quando eu tinha dez anos tive experiências com
dois meninos que conhecia, mas foi algo como: pegar no penis um do outro e
acariciar as nadegas, no máximo esfregar o pinto na bunda um do outro, sem
penetraçao. Nessa época ainda não tinhamos tido nossa primeira ejaculação, então
quando sentiamos o penis doer, parávamos, depois eu fui entender que aquilo não
era dor, isso aconteceu algumas vezes, mas como sabiamos que era algo feio,
acabamos esquecendo, ou deixando de lado.
Tive minha primeira ejaculação aos
11 anos, em um dia que eu estava na casa de um amigo de meu pai, nesse dia eu
senti um tesão enorme por aquele cara, meu pinto tava tanto tempo duro que eu já
sentia ele doer, fui no banheiro e comecei a massagear, pensando no amigo do meu
pai, ai comecei a tocar punheta, já tinha ouvido falar muito pelos amigos mais
velhos mas ainda não tinha feito, quando senti uma sensão muito estranha eu
parei mas quis continuar e continuei até aquilo explodir de um geito que todos
sabemos como é, jorou pora pra todo lado, esse é o dia em que a rotina da vida
de um menino muda para sempre.
Na adolecência eu me apaixonei por uma menina
que estudava comigo, era uma nova fase em minha vida, agora eu me masturbava
pensando em meninas, achei então que aquele dia que eu sempre esperava tinha
chegado, agora eu era igual aos meus amigos, sentia tesão por meninas e, como
era gostoso aquele sentimento sem culpas.
Aos 15 anos eu comecei a estudar
durante a noite, foi quando eu conheci uma moça que estudava comigo, ela tinha
17 anos, eu gostava muito dela como amigo, mas ela era muito apaixonada por mim,
foi minha primeira foda (outro conto), ela era muito safada e me ensinou muita
coisa, aquele foi um ano muito bom. Depois acabei mudando de colégio e me
afastando dela.
Até os 21 anos tive outras paixões, sempre com meninas, nada
que durasse mais de seis meses, foi uma fase muito intensa, é o período que não
queremos perder tempo, sempre estamos muito ansiosos e parece que nada acontece
rápido o suficiente. Mas derrepente tudo estava mudando novamente, eu tinha me
apaixonado por um colega de trabalho (30 anos, casado e uma filha), o cara era
muito legal e de certa forma carinhoso, tinha uma magia que me cativava, de
certa forma ele percebeu o que eu sentia, mas eu nunca tive coragem de me abrir
com ele. Foi a fase negra da minha vida, como esquecer uma pessoa que você vê
todos os dias e o dia todo, uma pessoa que te trata com atenção e
gentileza.
Entre os 21 e 24 anos tive poucas aventuras com mulheres e todas
eram muito sem sentido e frias, eu andava depressivo e não gostava de sair muito
para festas, a paixão por meu colega de trabalho foi esfriando e nesse período
acabei conhecendo uma pessoa, que mais tarde se tornaria minha esposa. Eu tinha
24 anos e ela estava para completar 19 anos, nosso namoro começou de uma forma
bem amistosa, ela tinha acabado de sair de uma ralação complicada e eu ainda
andava muito confuso com minha situação, famos nos conhecendo melhor e nos
apaixonamos. Essa fase foi maravilhosa estavamos apaixonados e compartilhavamos
de ótimos momentos juntos, depois de 4 anos de namoro e noivado, acabamos nos
casando.
Nossos primeiros anos de casados faram muito bons, o sexo era
intenso e faziamos muita coisa juntos, assim como ocorre em todos os casamentos.
Depois de algum tempo percebi que meu casamento tinha entrado em declínio, a
rotina, o trabalho e outros fatores acabam afetando a vida conjugal de um casal.
Foi nesse período que eu tive minha primeira experiência sexual com homem, foi
algo impactante na minha vida, aquele desejo reprimido no inconciente que me
assolava desde a infância, agora tinha sido realizado, foi muito bom, nossa, e
como é bom uma transa com outro homem, se você é bissexual, sabe o quão
diferente é transar com um homem. Fiquei com muito medo e inseguro, pois estava
sentindo algo que eu ainda não havia sentido, e o meu casamento estava em crise,
não queria colocar em jogo tudo aquilo que eu e minha esposa tinhamos contruido
juntos, nosso comprometimento estava em risco e isso me assustava.
Fui
conhecendo outros homens e aprendi muito nesses relacionamentos, percebi que
jamais iria querer viver com um homem, essa possibilidade foi claramente
descartada, pois não entendo o comportamento dos homens, sentia que minha esposa
tinha muito mais a oferecer do que somente sexo enquanto os homens só me
ofereciam sexo, claro que fiz amizades, mas nunca tive grandes espectativas de
um relacionamento sério.
Depois de minha esposa descobrir o que eu andava
fazendo, tivemos um período difícil, mas foi nesse período que acabamos nos
aproximando ainda mais. O sexo ficou mais intenso e ardente, e uma nova fase
estava começando em nossa vida de casados. Tinhamos passado por uma prova de
fogo, a infedelidade, motivo de muitas separações entre casais, a minha esposa
ter me perdoado e entendido minha fraquesa me fez ver o quanto ela gostava e se
preocupava comigo, e isso me fez perceber que eu à amava.
Não digo que eu
jamais vá traí-la novamente, ter que reprimir um desejo tão intenso é algo muito
difícil. Mas com certeza se acontecer, será com alguém que vá valer a pena,
talvez um amigo ou quem sabe, mas sei que não quero jamais colocar em jogo minha
vida conjugal, não quero estragar algo tão importante para minha vida.
Aos
homens que sentem desejos homossexuais mas nunca tiveram coragem de se entregar,
posso dizer que eu não gostaria de ter morrido sem realizar esse desejo, pois
foi muito importante para mim, eu aprendi muito e pude colocar na balança o que
realmente importa. Sempre fiz tudo sem sentimento de culpa, se queremos fazer
algo não podemos ficar nos sentindo culpados, apartir do momento que comecei a
me sentir culpado, foi o momento que decidi me afastar e seguir minha vida de
forma mais verdadeira.
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